Dia Internacional da Saúde
pesar de campanhas preventivas e orientações básicas à sociedade, algumas doenças ainda demandam atenção
O Dia Internacional da Saúde é comemorado dia 7 de abril. A data foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde visando a conscientização e o estímulo para determinadas questões que, no dia a dia, se tornam menos faladas. A enfermeira e professora de saúde coletiva, do departamento de enfermagem da Unigranrio e protagonista da campanha de vacinação contra a Covid-19, Danielle Costa, considera que um grande desafio aqui no Brasil, após passada a pior fase da pandemia, é o cuidado com outras doenças, além de, é claro, um investimento em infraestrutura nas unidades do SUS. Segundo ela, nos últimos dois anos, os esforços de instrução e informação ficaram muito direcionados para a prevenção do Coronavírus, além das unidades de saúde terem ficado também sobrecarregadas com os atendimentos para a doença, somado à falta de estrutura e ferramentas para trabalhar.
Segundo Danielle, por conta da pandemia, do desemprego, e o isolamento social, as pessoas passaram a enfrentar mais dificuldades no dia a dia e deixaram a saúde um pouco de lado. Além disso, as unidades estavam extremamente focadas no combate ao vírus, o que sobrecarregou as vagas para fazer exames de rotina e preventivos, que são essenciais no combate ao Câncer do colo do Útero, por exemplo.
Por consequência desses motivos, a professora afirma que houve um aumento brusco no número de casos de diversas doenças, como a Tuberculose, que já devia ter sido erradicada, segundo ela. Segundo o boletim epidemiológico de 2022, em 2020, os casos no município totalizaram 216.306, já em 2022, 429.021. “A Tuberculose permanece sendo um desafio à saúde pública mundial. A emergência da pandemia de covid-19 culminou na reorganização de ações, serviços e sistemas de saúde em todo o mundo, o que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), reverteu anos de progresso no controle da Tuberculose” afirma Danielle.
Por outro lado, a enfermeira ressalta que o fato de a população estar mais engajada com vacinas, por causa da Covid19, fez com que outras vacinas pudessem ser atualizadas na carteira da vacinação.
Ela aponta que já vê muitos avanços no sistema de saúde pública e que vê, também, muito empenho por parte dos profissionais envolvidos, mas que ainda há muito a percorrer. Segundo a enfermeira, o mais importante está sendo feito, que é a evolução da atenção básica à saúde, a orientação da população, campanhas de vacinação e dicas preventivas para diversas doenças. “Fiquei à frente da campanha de vacinação no município do Rio, através da Unigranrio e em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. E enquanto professora da Unigranrio, eu posso dizer que um aprendizado desses dois anos de pandemia foi o cuidado integrado com a saúde. Aprendemos a valorizar ainda mais todas as áreas da saúde, para além do médico clínico, como odontologia, fisioterapia, enfermagem, e psicologia, profissionais extremamente importantes para lidar com pacientes acometidos pela Covid19. A saúde precisa ser completa, e não particular ou individual”, completou.
Professora de saúde coletiva da Unigranrio ressalta preocupação em relação ao aumento de casos de doenças que estavam praticamente erradicadas
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